sábado, 8 de setembro de 2012

Masturbação Feminina



Deve ter gente que pensa que me masturbo desde os 8 anos de idade. Engano. Comecei tarde, apenas com 18 quando tive um quarto só pra mim.
Já tive que dividir o quarto com a minha avó. Na época tinha acabado de sair de casa, estava com 16 anos. Sofria muito com todo esse processo e tinha muita dificuldade em pegar no sono. Mil coisas passavam pela minha cabeça: culpa, culpa, culpa. O que me acalmava era me balançar. Ficava em movimentos leves e curtos de um lado para outro. Como quando ninamos um bebê. A velhinha não entendia. Deitada em um colchão ao lado dela eu me ritmava, mas ela vinha com um “Para com isso!”, “Que falta de vergonha!”. E eu não entendia a fúria dela. Só estava tentando dormir. Mais tarde descobri que ele imaginava que estava me masturbando.
Já tinha tido algumas incursões, é claro. Mas achava que para me masturbar tinha que introduzir algo. Tentava, não achava tanta graça e pensava “que coisa babaca!”.
Foi um longo processo e tive que descobrir sozinha. Já chupava muito bem quando aprendi a me tocar.
Sim, também iniciei o sexo com penetração mais tarde do que reza o manual. O primeiro pau a adentrar o buraco sagrado só rolou quando tinha 19 anos. Não vejo hoje isso como um problema. O que vejo como uma questão é que as meninas e mulheres não trocam esse tipo de informação. Demorei a conhecer meu clitóris. Tudo bem que depois do primeiro orgasmo eu dei uma viciada, mas eu poderia ter feito isso antes. E de uma forma bem mais bem resolvida. Mas diferente de muitas pessoas eu nunca senti culpa por me tocar.
Quando era mais nova não tinha acesso à internet. Não via vídeos de mulheres fazendo isso. Mas me pergunto: será que as meninas hoje assistem a esses vídeos? Elas sabem como procurar?
Não há nada mais gratificante do que se descobrir. Saber o seu ritmo, utilizar a sua imaginação. Sexo é uma coisa e masturbação é outra. Eu posso transar 5 dias por semana, mas isso não fará com que eu deixe de me masturbar. E me masturbar não fará com que eu não sinta desejo de transar com outras pessoas.
Tem coisas tão básicas que ainda são tabus. Ai que saco!
Mulheres, aprendam a se tocar. Em todos os lugares, não só na buceta. Conheçam-se! Não deleguem o seu prazer a outras pessoas, ou ao acaso, ou ao destino.

terça-feira, 1 de maio de 2012




As mulheres pastaram muito, durante gerações houve a expectativa do Príncipe Encantado. Minha mãe disse que rezou a vida inteira por um príncipe encantado, mas que pra ela só chegou o cavalo. Huahuahuahuahuahu! Pelo menos tinha um pauzão, né mãe? Huahuahuahuahuahua!

Parênteses a parte, o que eu quero dizer é o seguinte. Que os mocinhos heteronormativos sempre surfaram na onda contos de fadas.  Se a moça tiver cheiro, não serve. Se tiver personalidade, não serve. Opinião? Não. O bom mesmo são as princesas. Aquelas sempre alegres, viradas no devaneio.

Aff!

Sai Disney que esse corpo não te pertence!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sexo ou falta de e minhas estatísticas


Quem me conhece sabe: eu não tenho paciência com os rituais de conquista. Isso reduz a possibilidade de sexo casual em 93%. De onde eu tirei esse número? Não sei. Mas a sensação é exatamente essa.
Cheguei a pedir ajuda, dicas e quetales. Recebi algumas sugestões. A primeira delas era: não seja tão incisiva quando for defender suas ideias. Demonstre certa gentileza e delicadeza. Ouça. Uma mulher ouve e sorri.
Pronto. Já me estrepei. Não vou poder falar porra nenhuma? E palavrão?!
- Convêm evitar.
Não sou tão boa atriz assim. Sinto-me menosprezando o cidadão, tratando-o como um idiota. Pois me fazer de boneca só para conseguir sexo, não só me avilta. Mas avilta também o imbecil que precisa me ver assim para poder trepar comigo. Pois os limitados não têm coragem de comer uma mulher independente, eles têm medo do veredicto.
Fora que se eu me fizer de bonequinha a máscara vai cair na hora do sexo. Então o peão vai se assustar e o sexo vai ser uma merda (#FATO).
Como diz minha amiga Betty “Num tá fácil pá ninguém”. Eu te pergunto, Brasil: vou ter que apelar pra casa de swingue? Pagar pra trepar? Não gosto, detesto.
Fora que eu tenho muita dificuldade em transar com machistas. Repito: não gosto, acho feio, detesto! Então pra onde vão as estatísticas? Praticamente zero. Sei lá, uns 0,003368421 de chances de um sexo animal. Sinto que gira entorno desse valor.
Ser eu mesma já não é muito fácil. Eu ter que inventar um outro eu pra conseguir o que eu quero... vish! Olha a esquizofrenia ganhando terreno.
Já me falaram da possibilidade de usar a internet pra resolver problemas pontuais de falta de pica. Mas não prefiro.
População: Mulheres X Homens - Faixas Etárias (IBGE, 2010)
O bom mesmo, nestas épocas ou sempre, é ter o que a minha mãe chama de P.A. (Pinto/Pau Amigo). Você já conhece o cidadão. Sabe se ele faz o serviço direitinho e ponto. A única coisa que discordo da minha mãe é que ela usa a sigla sempre no singular. Sou mais plural, por isso gosto da sigla acompanhada de um “s”.
Se eu tivesse 3 PAs estaria feliz e contente. Acompanhem a lógica: cada mês tem 4 semanas. Uma semana separada para a menstruação. Sobrariam 3. Um encontro por semana, cada semana com um PA diferente. Ainda teria muitos dias pra ver o que rola. Ideal? Não. Perfeito!!! Mas volto à questão primeira. Como arregimentar 3 cidadãos? Aff... essa vida de HT num tá fácil! Uns 87% difícil, 11% confusa e 2% engraçada.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O nascimento de um mulherão

Giganta - vilã da DC Comics
“Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de insecto"

Momento de se recriar, de me reformular, enfim, de amadurecer. Não consigo passar por isso sem resgatar algumas memórias.
Recentemente minha avó parou e ficou a me fitar por algum tempo. Até que num tranquinho soltou: “Sabia que eu nunca imaginei que você fosse ser assim?”. Perguntei “assim como, vó?”. Ela meio ressabiada respondeu “Assim, do jeito que você é hoje. Quando você era pequenininha era tão delicada, sensível, chorava no filme do porquinho, sabia se portar à mesa, tinha sempre aquele doce no tom de voz... Nunca imaginei que você fosse ficar assim, esse MULHERÃO”.
Minha velhinha, por mais que se esforçasse não conseguiu disfarçar sua decepção. Acabou por resvalar nas comparações com outras mulheres da família. Por fim, não havia um único exemplo de mulherzinha. Ela depositava essa esperança em mim.
Semana passada estava com minhas amigas do fundo do peito. Elas se lembraram do momento em que nos conhecemos. As observações eram sempre sobre minha timidez e a minha voz quase infantil, detalhe: eu já tinha 23 anos na época. Depois de muitas risadas sobre a minha dificuldade em falar ao telefone elas ressaltaram: “Nossa, mas a sua voz está bem melhor, bem melhor...”.
Estava fuçando nas mensagens antigas do meu e-mail e encontrei um link para os depoimentos do Orkut. Lá pelos idos 2005 alguns amigos passaram suas impressões sobre a minha pessoa naquela rede social. Sensibilidade, fofura etc. percebi que eram palavras comuns.
Acabei de lembrar a minha antiga terapeuta, ela sempre dizia: “Lucy, não precisamos ser forte o tempo todo”. Isso não fazia sentido nenhum na época, sentia-me tão vulnerável.
O que quero dizer com essa bagunça de memórias? Não sei.
Enfim, só queria saber/descobrir quando foi que nasceu esse mulherão. Só isso.

Um beijo Kafkiano pra tod@s!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Giovanna Casotto, uma reflexão sobre o pudim de pão

Vamos ao que interessa. Tanto tempo sem escrever algo que preste. Passei o olho nos últimos textos... que vergonha. Nada de sexo, erotismo e coisas que tornam a nossa vida mais larga, como diriam alguéns especiais.
Resolvi falar sobre a Casotto, pois tinha verdadeira loucura para ler algo dela. Já conhecia algumas gravuras, mas nada de texto. Na verdade conhecia algumas gostosas que já deram suas caras e bundas nesse blog.
Tive a oportunidade do deleite nestas férias. Fiquei um tanto decepcionada com a trama. Imaginava algo mais subversivo do que os clichês fetichescos abordados no Giovanna - lançado aqui no Brasil pela Conrad.
Muito ouvia sobre as poderosas mulheres criadas pela artista, de como elas eram rechonchudinhas, um misto de perfeição e realidade. Primeiro que quem fala que essas personagens são rechonchudas nunca trepou com, ou nunca nem viu, uma gordelícia. Segundo, as mulheres são totalmente sensuais e idealizadas, apesar de algumas marcas de realidade como pêlos pubianos e nas axilas. E desde quando pêlo confere status de realidade? Já, os homens, são bem mais comuns. Adorei a idéia de ter apenas paus médios e pequenos, bem palatáveis. 
A delícia toda é que ela tira fotos antes de desenhar, baseia seu traço nas linhas de seu próprio corpo... ficar imaginando que essas mulheres não são livre criação de alguém é bem interessante. O uso das cores sobre o sombreado do grafite dá uma esfera de tesão.
Eu compararia o livro a um pudim de pão velho. Todo mundo sabe que é a tentativa de fazer um pudim de leite, mas não deixa de ter seu sabor próprio. É bem comunzinho, mas não deixa de ser delicioso. Confiram! Sei que vão gostar!
Preciso dizer que a obra é totalmente HTN (heteronormativa)?

Obs.: Agradeço ao Bruno quem me emprestou o livro. E principalmente ao Tiago e ao Walber que sempre me incentivam a escrever. Beijos quentes pra vcs, delicinhas do meu coração!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Como eu amava a fase em que um blog era a expressão e a exposição da vidinha comum. Agora está super profissionalizado. Existe uma galera que paga para que outras pessoas alimentem seus blogs. Bizarro.

OK. Hoje não preciso recorrer aos meios "oficiais" para me manter "informada". Há mais liberdade de expressão e tals. Mas é difícil manter um blog comunzinho, despretensioso.

Tenho um grande bloqueio para escrever. A ideia de criar um blog era quebrar com isso, mas qualquer girinho que eu dê nessa onda de blogs eu bloqueio.

Será que eu ainda tenho o compromisso com a genialidade? Achei que tinha abandonado esse "projeto" no primeiro ano de faculdade, quando descobri que era analfabeta (OU ME CONVENSERAM). Enfim, quero que se foda tod@s @s escritores/as que levam essa porra a sério. É... acho que é isso:

FODAM-SE!

Obs.: que rancor... hahahahaha! Envelheço, mas não perco o estilo.

Meter feelings

 Será que um dia conseguiremos mapear todos os nossos sentimentos através das reações biológicas? Uma espécie de aparelho que leia nossos sentimentos através de batimentos cardíacos, enzimas, sinapses, pressão sanguínea, respiração etc.

Ótimo seria se ele passasse toda informação para uma central individual, assim seria mais fácil entender o frio na barriga, o estômago retorcido e todas as reações que nos surpreende. Talvez ficasse mais claro uma série de coisas.

Imagine numa DR você baixando os arquivos para saber o que sentiu naquele momento x. Nossa, demais!

Lembrando que o sistema de segurança deveria ser o mais sensacional, não preciso nem dizer. Se chato seria alguém saber o que pensa, imagina se tivessem acesso ao que sente...

Acho que este é um ótimo argumento para um filme B de Hollywood. Será que já tem?

Coisas que me ocorrem numa noite de segunda-feira.