Deve ter gente que pensa que me masturbo desde os 8 anos de
idade. Engano. Comecei tarde, apenas com 18 quando tive um quarto só pra mim.
Já tive que dividir o quarto com a minha avó. Na época tinha
acabado de sair de casa, estava com 16 anos. Sofria muito com todo esse
processo e tinha muita dificuldade em pegar no sono. Mil coisas passavam pela
minha cabeça: culpa, culpa, culpa. O que me acalmava era me balançar. Ficava em
movimentos leves e curtos de um lado para outro. Como quando ninamos um bebê. A
velhinha não entendia. Deitada em um colchão ao lado dela eu me ritmava, mas
ela vinha com um “Para com isso!”, “Que falta de vergonha!”. E eu não entendia
a fúria dela. Só estava tentando dormir. Mais tarde descobri que ele imaginava
que estava me masturbando.
Já tinha tido algumas incursões, é claro. Mas achava que
para me masturbar tinha que introduzir algo. Tentava, não achava tanta graça e
pensava “que coisa babaca!”.
Foi um longo processo e tive que descobrir sozinha. Já
chupava muito bem quando aprendi a me tocar.
Sim, também iniciei o sexo com penetração mais tarde do que
reza o manual. O primeiro pau a adentrar o buraco sagrado só rolou quando tinha
19 anos. Não vejo hoje isso como um problema. O que vejo como uma questão é que
as meninas e mulheres não trocam esse tipo de informação. Demorei a conhecer
meu clitóris. Tudo bem que depois do primeiro orgasmo eu dei uma viciada, mas
eu poderia ter feito isso antes. E de uma forma bem mais bem resolvida. Mas
diferente de muitas pessoas eu nunca senti culpa por me tocar.
Quando era mais nova não tinha acesso à internet. Não via
vídeos de mulheres fazendo isso. Mas me pergunto: será que as meninas hoje
assistem a esses vídeos? Elas sabem como procurar?
Não há nada mais gratificante do que se descobrir. Saber o seu
ritmo, utilizar a sua imaginação. Sexo é uma coisa e masturbação é outra. Eu
posso transar 5 dias por semana, mas isso não fará com que eu deixe de me
masturbar. E me masturbar não fará com que eu não sinta desejo de transar com
outras pessoas.
Tem coisas tão básicas que ainda são tabus. Ai que saco!
Mulheres, aprendam a se tocar. Em todos os lugares, não só
na buceta. Conheçam-se! Não deleguem o seu prazer a outras pessoas, ou ao
acaso, ou ao destino.
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